sexta-feira, 27 de março de 2009

The Host


Sim, essa é de longe a melhor obra de Meyer. Pode não parecer, mas a mórmon dona de casa, mãe de três, tange em pontos cruciais discutidos até hoje por antropólogos, psicólogos e todos aqueles que lidam com o ser humano e sua psíque.

A ficção científica da invasão alieníena da Terra, e a consequente eliminação dos seres humanos, contado pelo ponto de vista do invasor, é na realidade uma metáfora para os questionamentos comuns dos estudiosos da mente humana.

Não que haja presunção na escrita. Na realidade, Meyer mantém o ritmo simples e fluido que é sua marca registrada. Seu grande mérito foi ter a sensibilidade de perceber o quanto de nós é necessário para manter o mundo, e o quanto dos nossos atos são guiados pelos instintos.

E há a presença da fatalidade na obra. Wanda, personagem principal, junto com Mellanie, enfrenta consequencias para seus atos. Cada escolha tem seus ganhos e suas perdas. E no meio de uma guerra mental, wanda tem que lutar pra se adaptar ao turbilhão de emoções que um corpo humano traz.

Esse é outro mérito de Meyer: não usar a violência óbvia para atrair e prender leitores. Suas lutas principais são travadas na mente, e o jogo de palavras, pensamentos e racicínios decide quem sai vencedor das batalhas que ela escreve. Nada de sangue jorrando a 6 metros, ou corpos explodindo, ou tripas penduradas. A principal arma que se usa é a inteligência.

E, no término da leitura do livro, fica a pergunta: até que ponto a violência é necessária? O quanto dos nossos instintos podemos controlar? E o quanto de nós mesmos, de nossos sentimentos, sobrepõe esses instintos?



Mas se ainda assim você quiser ler crânios quebrando sozinhos, e grandes gosmas com dentes afiados engolindo seres humanos inteiros, pega um livro do King.

Crepúsculo


Okay, no mudo cult gostar da série Crepúsculo queima muito, e eu devo dizer, se prestarmos atenção na maior parte das fãs, dá pra sentir vergonha. E não pouca.


Mas o caso é que eu gosto. E muito.


Eu sei que não é o melhor livro do universo, e eu já li várias obras boas, vários autores consagrados e tudo o mais. Mas os livros da Stephenie são os meus favoritos, e ponto.

E sim, vou fazer uma resenha dele. Se quiser, leia. Se não, tem um xiszinho vermelho no canto superior direito da página que vai te ajudar.

Ao ler a primeira vez, a primeira reação é a raiva. Porque uma menina idiota é a peça central desse livro? Porque essa tal de Bella simplesmente não dá um tiro na cabeça e faz do mundo um lugar mais feliz?

Isso,amigos, passa. Ou não né, mas aí não é culpa minha.

Depois você a entende, e até a acha fofinha e engraçadinha. Tipo o Cérebro, do Pink e Cérebro.Ou a Monica, de Friends. Ou só alguém que cai muito mas é legal.

E depois você conhece esse tal de Edward. E ele é ok. Tipo claro, bonitão, mas o mundo tá cheio de bonitões chatófilos mesmo.

E aí eles começam a namorar e o livro é sobre as descobertas deles. Eles testam limites, burlam as regras normais de convivêcia humano/vampiro. Mas a descoberta mais importante é a deles como seres que podem amar loucamente. Não o amor normal homem/mulher, mas aquele que faz de você uma pessoa capaz de se sacrificar.

E isso tudo poderia ser transformado em algo muito clichê, mas a linguagem simples da Meyer, um tanto destonada com o universo teen, torna o amor deles fácil como respirar, fluido.

E conforme passam os livros, por incrível que pareça, esse love todo cresce, a relação de fortifica-se. E os dois crescem, evoluem.

E no quarto livro há o ponto máximo do relacionamento dos dois, que eu não vou revelar aqui caso, por algum milagre, isso desperte o desejo de ler o livro. Basta dizer que o final é feliz.

E quando todo mundo achava que a Steph havia cansado, BANG, os doze primeiros capítulos de Midnight Sun, o Crepúsculo pelo ponto de vista do Edward,vazaram na internet,segundo um pronunciamento oficial.

E é aí que Meyer mostrou a genialidade da saga. E por genialidade eu quero dizer romantismo.É incrível que homem possa sentir o que Edward sente. Incrível, mas não impossível. E somente aí você tem razões suficientes para admirá-lo ( ou amá-lo, no meu caso).

Mas uma coisa não me agradou na série. Não há consequências para os atos da Bella. No final, tudo dá certo pra ela. Por mais erros que ela cometa, não há castigos, não há um contrabalanço. E a impressão que fica é que ser humano não faz a mínima diferença. Ela descartou com tanta facilidade, e ainda assim foi feliz, que eu me senti um lixo por ser humana e não existirem vampiros.

Talvez por isso o ódio de muitos a série. Em todo livro com o tema vampiro, há a melancolia da privação da humanidade. Os vampiros têm superpoderes, mas não vivem de forma plena, e no fim desses livros você leva as mãos pro céu por ser como é.

Mas se Stephenie Meyer pisou na bola com Crepúsculo e afins, ela kick ass com sua outra obra, muito mais brilhante que a saga Twi.

É com prazer e alegria que apresento.....

quinta-feira, 26 de março de 2009

December baby

As luzes brilhantes me segaram por um momento. Claro,era dia. Com sol forte. Resplandecente.Mas os olhos dele estão distantes. Frios.O tempo seco previsava a neve. Floquinhos de formatos diferentes, se amontoando pelo chão. Seria divertido.

Se os olhos dele me focalizassem.
Por um instante,ao menos.

The colored lights, they brightly shine
unlike your eyes
Avoiding mine
The snow is folding,
sheets upon sheets

Antes ele estaria segurando minha mão. Se eu quisesse alcançá-lo, elas, nossas mãos agora frias,poderiam estar entrelaçadas. Mas eu não quis. Não naquela hora.
E se arrependimento matasse?


Our hands are not holding
As we cross the street.

Ele andava agora na minha frente. Literalmete. Sorria para os colegas, e tinha uma expressão estranha para mim.
Farto de mim.


You have had your fill, your fill of me
You have had your fill, your fill of me.
E agora ele não me queria mais. Estava cheio de mim. Antes, éramos alguma coisa. Mas ele estava muito a frente, e eu não queria alcança-lo.

How can I catch up when I don’t want to?
How can I catch up when I still want you?

Ele se foi em Dezembro. E seria meu doce Dezembro .

December baby, you are my
December baby, you are mine.