sábado, 1 de novembro de 2008

A cor do preconceito

Eu poderia escrever um post engraçadíssimo, sobre qualquer anedota da minha semana, ou um fato curioso, mas esse post é mais uma contastação de como as pessoas teimam em permanecer na ignorância.

Nunca acreditei de verdade que existisse o precinceito racial aqui no Brasil, principalmente aqui em Manaus, o fim do mundo oficial. Acho que porque sempore vivi nessa bolha, onde todos são legais comigo, e o mundo, se não é cor- de-rosa, é de um tom bonitinho de roxo, pelo menos.

Mas ele existe. E longe de estar impregnado na elite, como a maioria pensa, ele está bem do seu lado, nas pessoas que mais deveriam compreender.

Eu e uma amiga estávamos passeando pelo shopping, à caça do perfeito vestido de formatura para mim. Rapidmente uma daquelas vendedoras superprestativas se dirige a nós, até que ela realmente vê as "clientes". Minha amiga, por ser branca e por aparentar ser de uma condição econômica melhor que eu, foi meio que deixada de lado, e eu, por ter uma pele mais escura e pelo fato de a minha aparência denotar claramente minhas origens, sofri a meticulosa avaliação da vendedora, que obviamente jugalva se eu podia ou não pagar pelos produtos da loja, baseada apenas no tom da minha pele.

E o mais engraçado é que justamente essa vendedora tinha a pele morena. O mais irônico é que ela, membro de uma classe menos favorecida, destrata justamente quem está na mesma condição.

Ser vítima de preconceito não alterou em nada minha rotina, não me fez bem ou mal algum. mas me entristece ver o desprezo que alumas pessoas têm com outras da mesma classe social, supervalorizando outras que consideram superiores, rebaixando-se ao mais baixo nível de humanidade.

A discriminação não atinge o alvo que se deseja, mas só leva a destruição do ser humano dentro de quem discrimina. Nós, os atingidos, continuamos nossa vida.